Que alguns me chamem de doida, e que eu seja, pois ao mesmo tempo que machuca meu pobre coração, ao mesmo tempo que acaba comigo e todos os doces que apareçam na minha frente, eu gosto de sentir saudade. Esse sentimento de ausência, carência, necessidade, tudo misturado. É aquilo que ao mesmo tempo que te estressa, por não saber quando vai acabar, te acalma, por ter a esperança de que um dia irá ter fim. Sei que nada do que estou falando possa ter o mínimo sentido, mas pra mim tem todo o sentido do mundo.
Aquela pessoa que não está ao teu lado pela distância, aquele amigo que você brigou e não o vê mais, aquele familiar que a muito tempo você não visita, essas pessoas, tudo o que você sente com elas, cada momento indefinido, recheado de alegria. Cada coisa que se fala, se escuta, conselhos dados e recebidos... aquele fim de tarde que você não estava fazendo nada mas, no fim das contas ver o sorriso "daquela pessoa" te fez sentir-se melhor.
É claro que pra todos a saudade não é igual, ela pode aparecer de várias formas, mas cada uma de um jeito especial, e ai de quem disser que isso não é verdade, pois a satisfação do reencontro é absurda, o sorriso de mais plena alegria, o abraço apertado que a muito tempo estava retraído, o beijo molhado que tanta falta fazia. Nada supera isso, talvez o amor, mas o que seria do amor sem a saudade? E do poeta? O que seria do poeta sem as suas dores, para poder escrever aos seus amores?
Seria talvez, a saudade, um acontecimento, inesperado, indesejado, mas que nos faz dar valor, nos momentos planejados, nos faz prestar atenção em cada movimento, em cada toque, cada risada, e assim vamos guardando junto com essa tal de saudade um pedacinho de tudo que conosco acontece. Agora já não sei se faz bem ou mal, mas o importante é sentir, falar expressar, e sem medo pra todo o sempre amar.
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